Mosaico, da villa romana que se encontra no interior do Solar

As terras que formam esta unidade pertencem aos concelhos de Ansião e Penela cuja configuraçăo actual foi fixada em 1895.

O nome de Ansião, cuja origem etimológica năo está claramente estabelecida, tem duas grafias consagradas na bibliografia moderna. Parece, no entanto, de rejeitar aquela que o explica por uma lenda, atribuindo a Rainha Santa Isabel a designação deste lugar como “terra do ancião”, o pobre velho a quem, ao passar por aqui, dera esmola.

A primeira referência escrita ao lugar, datada de 1175, é feita em documento do mosteiro de Santa Cruz e nela se constata o termo de Ansion, muitas vezes repetido a partir dessa data, embora nos séculos XV e XVI se usem as duas grafias.

No séc. XIII, concederam os crúzios a herdade de Ansion a alguns povoadores, criando-se ao mesmo tempo a paróquia de Santa Maria de Ansiăo. D. Afonso V elevou a povoaçăo a mordomado e D.

Pelourinho

A região de Ansião corresponde a uma área relativamente rebaixada e de certa forma marginal ao carso do Maciço de Sicó.

Aqui coexistem duas situaçőes estruturais com interesse para a explicação das formas do relevo, em particular e dos aspectos paisagísticos, em geral. Uma delas é a complexa tectónica que afecta as rochas carbonatadas jurássicas e que permitiu o afloramento e exposição das margas e calcários margosos do Jurássico inferior (Liásico) lado a lado com os calcários mais puros do Jurássico médio (Dogger) que funcionam como esqueleto básico da morfologia cársica do maciço. A diferença nítida de resistência aos agentes erosivos faz com que nos materiais margosos se abram pequenas depressões, por vezes praticamente fechadas por processos a que não serão alheios os modos como se faz a circulaçăo cársica nos calcários do Dogger que as envolvem.

Algar da Póvoa-Aljazede

Estrumando a terra

Carvalho-português

Tronco milenário

O Polipódio, hóspede do carvalho

A bordadura meridional do Maciço, ainda que sem a importância hidrológica do sector ocidental, regista no entanto algumas exsurgęncias que, apesar de sazonais, são importantes na alimentaçăo do curso superior do Nabão. Săo as exsurgências de Fonte do Carvalho e Poço Machinho, no fundo do vale da ribeira de Matos, dos Olhos de Água de Ansião, também no fundo de um valeiro das cabeceiras do Nabão, e do Olho de Tordo e do Olho de Vale Casado,já mais a sul.

A mais importante será, sem dúvida, a dos Olhos de Água de Ansião, com um caudal médio anual da ordem dos 20 Mm3 e um caudal instantâneo que pode ultrapassar os 1000 l/s durante os picos invernais. pogeia do bordo oriental do maciço, nomeadamente da drenagem que se perde no Algar do Caçador, encontra-se a exsurgência dos Olhos de Água do Dueça que, a semelhança da de Legacão, apenas deixa de funcionar nos verões muito secos, atingindo, de inverno, caudais

Exsurgência dos Olhos de Água de Ansião

Olhos d’água do Dueça

Santiago da Guarda é a maior freguesia do Maciço de Sicó, a excepção das sedes de concelho. Apesar das perdas significativas que sofreu entre 1960 e 1991, neste último ano ainda contava 3212 habitantes.

O seu nome surgiu em tempos modernos a encabeçar lugares que durante a Idade Média tinham bem diversas e saborosas designações - Façalamim, Rasca Velhas, Campo da Orada, Moita Santa.

O complexo monumental de Santiago da Guarda é constituído por uma Torre Medieval e um Paço fortificado do séc. XVI/XIX, edificados sobre uma villa romana, sendo aquela construção um dos raros edifícios civis que ostenta a vieira, símbolo da sua função de apoio do Caminho Português de Santiago, traçado sobre a antiga estrada romana. A sua missão, integrada no Circuito da Romanização, visa mais longe, atribuido-lhe funções de centro de interp

Torre quatrocentista, antes da reabilitação